Falar de crescimento na intermediação de crédito é entrar num território exigente. Não vivemos um ciclo de euforia, como o que marcou os anos da taxa zero. O mercado amadureceu, os consumidores estão mais informados, a regulação é mais apertada e a concorrência é mais diversa, com bancos, fintechs e brokers a disputarem o mesmo espaço.
Neste cenário, a palavra growth não pode significar apenas fazer mais do mesmo. Tem de implicar fazer diferente, fazer melhor, encontrar novas formas de gerar valor, conquistar relevância e fidelizar clientes. O crescimento deixou de ser uma consequência da procura e passou a ser uma construção estratégica.
Há diferentes formas de crescer. Algumas são visíveis nos números: mais contratos, mais comissões, mais leads qualificados. Outras são menos imediatas, mas talvez mais importantes: crescer em reconhecimento, em reputação, em eficiência, em impacto.
A intermediação de crédito em Portugal encontra-se numa fase de consolidação. Os operadores já não se distinguem por estarem ou não registados, mas pela forma como trabalham. Os clientes não escolhem apenas pela promessa, mas pela confiança construída. Isso significa que crescer já não é simplesmente ganhar novos clientes. É manter os que já existem, acompanhá-los ao longo da vida financeira, antecipar necessidades, melhorar processos e oferecer clareza num tema complexo.
Crescimento sustentável, neste setor, tem de incluir quatro dimensões: conhecimento técnico, experiência do cliente, posicionamento estratégico e capacidade de adaptação.
Várias das estratégias mais conhecidas de Growth Marketing e expansão de negócio são plenamente aplicáveis à intermediação de crédito, desde que adaptadas com inteligência.
Comecemos pela mais básica: a penetração em mercados existentes. Muitos intermediários ainda concentram grande parte do seu esforço em captar novos clientes, ignorando o potencial de quem já foi atendido. Um acompanhamento regular, o incentivo à renovação, o cruzamento com outras necessidades, como seguros, renegociações ou simulações para familiares, pode gerar mais valor com menos esforço de aquisição.
Depois, a expansão para novos segmentos. O crédito habitação continua a ser o motor, mas há oportunidades em produtos complementares, clientes estrangeiros, jovens em início de vida ativa, reformados com património, arrendamento com opção de compra, entre outros. O mercado não é só geográfico, é também demográfico, comportamental e até emocional.
A inovação de produto é outra frente possível. Isto não implica criar produtos financeiros, mas desenvolver formas diferentes de os apresentar, de os explicar e de os gerir. Simuladores mais completos, relatórios personalizados, acompanhamento em vídeo, pré-qualificação digital e formação financeira são ferramentas que distinguem quem apenas intermedeia de quem verdadeiramente aconselha.
Diversificar é outra via. Seguros, serviços de mediação de obras, financiamento para energias renováveis, parcerias com imobiliárias ou consultoria para investimento são formas de alargar o portefólio sem sair do universo do cliente particular. A diversificação permite crescer sem depender exclusivamente do crédito habitação, cuja sazonalidade e sensibilidade macroeconómica são bem conhecidas.
Por fim, o crescimento tecnológico. Plataformas digitais, integração com APIs de bancos, CRM inteligente e fluxos de trabalho automatizados podem libertar tempo e permitir foco no que realmente importa: o cliente e a decisão financeira.
Nos últimos anos, o canal dos intermediários tem ganho peso face aos bancos tradicionais, em Portugal e no resto da Europa. Não é apenas uma questão de preço. É uma questão de experiência.
A maioria dos clientes inicia o processo de crédito online. E se o banco não os acompanha com rapidez, clareza e flexibilidade, acabam por procurar apoio onde o processo lhes parece mais humano e menos burocrático.
Estudos internacionais mostram que os brokers têm vindo a ganhar quota em mercados como o Reino Unido, Austrália, Canadá ou França. Em Portugal, embora os dados oficiais não detalhem essa evolução com precisão, a perceção no setor é clara: há cada vez mais clientes a procurar diretamente intermediários, em vez de contactarem bancos.
Porquê? Porque o modelo de broker oferece três coisas que os bancos têm dificuldade em replicar: independência, comparação e empatia. Os clientes sentem que estão a ser ajudados, não apenas vendidos. E isso faz toda a diferença.
É verdade que a maioria dos clientes começa a sua jornada online. Mas o setor da intermediação de crédito ainda está longe de uma experiência digital integrada. O processo continua a depender de documentos enviados por e-mail, reuniões presenciais, assinaturas físicas e trocas de informação manuais.
Há espaço evidente para melhorar. Ferramentas de onboarding digital, análise automática de solvabilidade, integração com dados bancários e atualização em tempo real do estado do processo são cada vez mais desejadas pelos clientes e esperadas pelas novas gerações.
O problema não está apenas na tecnologia, mas na mentalidade. Crescer no digital implica rever processos, eliminar redundâncias e confiar em ferramentas que tragam rigor e eficiência. E aqui, a escolha da plataforma certa pode ser o fator que desbloqueia o crescimento.
O contexto atual não é o mais fácil. As taxas estão em queda lenta, os spreads mantêm-se cautelosos, os preços das casas continuam altos e os clientes estão cada vez mais exigentes. Ainda assim, há caminhos viáveis de crescimento.
A primeira estratégia é melhorar a experiência do cliente. Desde o primeiro contacto até ao fecho do processo, tudo pode ser revisto: rapidez na resposta, clareza na linguagem, facilidade no envio de documentos, disponibilidade para esclarecer dúvidas, e proatividade no pós-venda.
A segunda é construir autoridade. Num setor onde todos parecem oferecer o mesmo, a diferenciação faz-se por conhecimento. Publicar conteúdos úteis, explicar cenários, comparar opções, partilhar atualizações e oferecer formação são formas de gerar confiança - e atrair clientes pelo valor, não pelo ruído.
A terceira é trabalhar com parceiros estratégicos. Imobiliárias, promotores, construtoras, consultores, gabinetes de arquitetura e mesmo redes de franchising podem ser aliados para crescer. A chave está na confiança mútua, no alinhamento ético e na partilha de valor.
A quarta é racionalizar processos. O tempo é limitado, a atenção também. Reduzir tarefas repetitivas, organizar os fluxos de trabalho, segmentar bem os clientes e ter visibilidade sobre os indicadores certos permite tomar melhores decisões. E isso não se faz com folhas de cálculo.
Crescer em 2025 não é apenas aumentar o volume de crédito. É reforçar a posição no mercado, ganhar relevância, inspirar confiança e contribuir para decisões financeiras mais informadas. É um crescimento que se mede em qualidade, reputação e sustentabilidade.
A intermediação de crédito em Portugal não está saturada. Está mais exigente. Os clientes não procuram apenas uma taxa baixa. Procuram alguém que os ajude a compreender, a escolher e a decidir com segurança.
As oportunidades estão aí. Mas vão para quem estiver preparado para as agarrar com visão, método e coragem de mudar.
No CrediDesk sabemos que o futuro da intermediação passa por combinar conhecimento técnico com eficiência operacional, tecnologia com empatia, e inovação com responsabilidade. A nossa plataforma foi criada para apoiar esse crescimento consciente, dando aos intermediários as ferramentas certas para prestar um serviço mais próximo, mais rigoroso e mais preparado para os desafios de hoje.
Porque crescer não é fazer mais. É fazer melhor.